8 de setembro de 2012

Natividade de Nossa Senhora (I)


Nossa Senhora Menina (Maria Bambina) é venerada na
 Casa Mãe das Irmãs da Caridade, Via S. Sofia 13, Milão, em Itália.

 “Este mistério (da Santa Infância de Maria) parece ser muito pouco conhecido. Acho que tendes uma grande missão (...) aprofundar a meditação sobre o mistério da infância de Maria.” - Papa João Paulo II, falando às Irmãs da Caridade de Milão, a 4 de Novembro de 1984

Site oficial (em inglês): [The History and Devotion to Maria Bambina]  <--- Clicar no LinK





Artigo sobre Maria Menina (Edições Boa Nova – Requião – Revista nº134 – Maio de 1997, pp. 219-221), tal como apresentado nos sítio dos aliados-corações:


As origens históricas do culto da natividade de Maria não são muito conhecidas; os primeiros traços pertencem à liturgia oriental. Se nós, ocidentais, abrirmos o calendário da Igreja Oriental grega, descobriremos que o ano litúrgico não começa nos fins de Novembro e com o Advento, mas sim com o dia 1 de Setembro. E deste modo, a primeira grande festa do novo ano do oriente cristão é justamente a do nascimento de Maria.

         Os latinos, e antes de todos os romanos, por volta do século VIII, tomaram dos gregos esta festa que, de Roma, se difundirá por toda a Igreja do ocidente.

         Em Milão, o culto da natividade de Maria parece remontar ao século X, enquanto a sua própria e bem imponente catedral, dedicada “alla Madonna Bambina” (Nossa Senhora Menina), será consagrada no dia 20 de Outubro de 1572, por São Carlos Borromeu.

         Não longe da catedral, na casa generalícia das Irmãs da Caridade, na Rua Santa Sofia, está aberto um santuário, onde um berço de bronze dourado acolhe uma imagem miraculosa de MARIA MENINA. Qual a origem e vivência desta representação?

         Por volta dos anos 1720-1730, Sor Isabel Chiara Fornari, franciscana de Todi, modelava rostos, em cera, do Menino Jesus e de Maria Menina; era uma expressão da devoção aos Mistérios da Infância de Jesus e de Maria, típica dos anos 700.

         Uma imagem de cera, com a representação do rosto de Maria Menina, foi oferecida a Monsenhor Alberico Simonetta e, à sua morte (1739). A imagem passou para as Irmãs Capuchinhas de Santa Maria dos Anjos, em Milão, que se encarregaram de lhe divulgar a devoção.

         Os anos que vão de 1782 a 1842 marcaram a abolição das várias congregações religiosas, decretada pelo imperador José II e, depois, por Napoleão. A Imagem é levada, por algumas Irmãs Capuchinhas, para junto do Convento das Agostinhas, depois das Cónegas lateranenses; será depois confiada ao pároco don Luigi Bosisio, para que a entregue a um instituto religioso que possa manter-lhe a devoção.

         Esta imagem terá, como seu penúltimo porto, um lugar de sofrimento: o Hospital Ciceri de Milão. E ali mesmo será confiado por Bosisio à Irmã da Caridade de Lovere (de Bergamo), congregação religiosa fundada em 1832 por Bartolomeia Capitanio.

         Estas irmãs, que o povo virá a chamar em seguida de Maria Menina, a residir em Milão a partir de Março de 1842, haviam sido chamadas pelo Cardeal Gaysruck, para assistir os doentes do Hospital.

         Em Ciceri, irmãs e doentes se dirigem bem depressa a Maria Menina, para obter força, esperança e protecção.

         Em 1876, a seguir à transferência da casa generalícia e do noviciado, a imagem passará para a Rua de Santa Sofia. A imagem de Nossa Senhora Menina acabou por ultrapassar o século de existência: o rosto de cera está agora descolorido e gasto pelo tempo; e foi por isso substituído por uma outra imagem, enquanto a original será exposta no dia 8 de Setembro de cada ano, no interior da casa religiosa.


ESTAMOS EM 1884…



         Na crónica do ano, lê-se:

         “(…) Eram as 7 horas do dia 9 de Setembro de1884 (…)A madre dirige-se à enfermaria, para a visita às doentes e, pegando na sagrada imagem, vai de cama em cama, oferecendo-a às Irmãs doentes, para que a beijem.

         Chegou à postulante Júlia Macário, gravíssima, de há muitos dias. Esta esforçou-se por se aproximar da Celeste Menina e, com afectuosas palavras, pediu-lhe a cura. Subitamente, sente por todo o corpo um frémito. «Estou curada!», exclama. Levanta-se e caminha.

         A partir de então, no dia 9 de Setembro de cada ano, passa a festejar-se o “dia do milagre!”. No ano seguinte, do dia 19 de Janeiro em diante, nota-se um fenómeno extraordinário: a imagem de cera, descolorida e amarelecida, começa a ficar tão bela, que parecia “uma menina verdadeira”.

         Estes factos são o ponto de partida para o início de uma extraordinária devoção a MARIA MENINA:

         1885 -2 de Junho: a imagem é levada para a capela mais ampla, para facilitar o afluxo dos fiéis; 

         1886 – 6 de Fevereiro: Monsehor A Polin, Bispo de Adria e Rovigo, celebra pela primeira vez a santa Missa diante da Sagrada Imagem;

         1887 – 24 de Maio: Em Bréscia, é abençoada a primeira Igreja dedicada ao Instituto de Maria Menina;

         1888 – 8 de Setembro: Na casa generalícia de Milão, a Imagem é levada para a sua nova capela.

         São muitos os anos, marcados por extraordinário afluxo de fiéis: a devoção popular cresce. São numerosas, as graças obtidas.


         Em 1904, a então superiora geral Sor Ângela Ghezzi, pede e obtém da Santa Sé a autorização de coroar a miraculosa Imagem. A cerimónia desenrola-se no dia 31 de Maio do mesmo ano: o Cardeal Ferrari, assistido por vários Bispos, coloca um diadema de ouro na pequenina Efígie.

         O gesto é interpretado por muitos, e particularmente pelas religiosas, como uma resposta de Nossa Senhora à oração que, algum tempo antes, a jovem fundadora Bartolomeia Capitanio, tinha dirigido a Maria, convidando-A a “levantar do berço a terna mãozinha” e a abençoar a todos.

         Maria Menina acompanha as vivências tristes e alegres dos anos sucessivos; são os anos do primeiro conflito mundial e do após-guerra.

         No dia 9 de Setembro de 1934, festeja-se o 50º aniversário do primeiro milagre e no dia 26 de Abril de 1935 é celebrada, no santuário, escolhido entre os 72 maiores da Arquidiocese, a Santa Missa Jubilar da Redenção.

         O povo recolhe-se em oração, para obter o dom da Paz.

         Rebenta o segundo conflito mundial.

         No dia 21 de Novembro de 1942, em plena guerra, no dia em que se celebra o centenário da entrada da Imagem no Instituto, o Papa Pio XII exorta as Irmãs a “implorar da Celeste Menina o regresso da Paz em cuja expectativa todo o mundo sangra e geme” (Vaticano, 13 de Novembro de 1942). Todavia, a situação piora: a guerra faz vítimas e causa dores, desespero e destruições.

         Milão, como muitas outras grandes cidades, torna-se um lugar de represálias e berço de inúmeros bombardeamentos.

         Teme-se pela sorte da Imagem. Em Fevereiro de 1943 é levada para Maggianico di Lecco, enquanto no dia 15-16 de Agosto um violento bombardeamento é desferido contra a cidade; o santuário e parte da casa generalícia são destruídos. Sob os escombros, encontram-se muitos ex-votos contorcidos e enegrecidos: virão a ser recolhidos como “fragmentos” de esperança e de segura protecção de Nossa Senhora.

         Com a reconstrução da casa, a Imagem regressa a Milão, numa sede provisória. No dia 5 de Outubro de 1951, foi colocada a primeira pedra do novo santuário, que será consagrado nos dias 20 e 21 de Novembro, pelo Cardeal Ildefonso Schuster, Arcebispo de Milão. E ali mesmo virá a ter a referida Imagem uma sua digna colocação.

         A história de amor, de oração e de confiança chega aos nossos dias: Maria Menina continua a ser, na Igreja, “esperança e aurora de salvação”.

         Na semana de 8 a 15 de Setembro de 1984, é celebrado o centenário do primeiro milagre e no dia 4 de Novembro seguinte, o Papa João Paulo II, presente em Milão para a conclusão das celebrações em honra de São Carlos Borromeu, visita o santuário, confirmando ao Instituto a “ordem” que lhe sai do coração:

         “Há capítulo, na espiritualidade mariana, que parece especialmente aberto à vossa contemplação: MARIA MENINA. Um mistério pouco conhecido. E eu penso que vós tendes uma grande missão: aprofundar este mistério”.

         A partir desse dia, diante da pequena Imagem de MARIA, arde um lâmpada “pró pontífice nostro joanne Paulo” – (pelo nosso Pontífice João Paulo).

         Esta estadia de amor e de oração do Papa, no santuário, foi para todas as Irmãs uma nova e dulcíssima graça de MARIA.

         Ainda hoje, neste mesmo Instituto de MARIA BAMBINA, se reproduzem, em cera e fidelíssimas ao modelo original, éfigies de Maria Bambina. 


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